Campos
Há quanto tempo, Portugal, há quanto
Vivemos separados! Ah, mas a alma,
Esta alma incerta, nunca forte ou calma,
Não se distrai de ti, nem bem nem tanto.
Sonho, histérico oculto, um vão recanto...
O rio Furness, que é o que aqui banha,
Só ironicamente me acompanha,
Que estou parado e ele correndo tanto ...
Tanto? Sim, tanto relativamente...
Arre, acabemos com as distinções,
As subtilezas, o interstício, o entre,
A metafísica das sensações —
Acabemos com isto e tudo mais ...
Ah, que ânsia humana de ser rio ou cais!
(Álvaro de Campos, em Barrow-on-Furness)
4 Comments:
Ah que ânsia humana de te conhecer
Acho a fotografia interessantissima!...
Abraço!
Vem!!!
Tens casa.
Lindo poema e foto, Heliane.
Adorei os dois.
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