quarta-feira, agosto 03, 2005

Hiroshima, 06/08; Nagasaki, 09/08/45.

Duas das maiores feridas abertas na história da humanidade.
Cicatrizarão um dia?







Em 1939, Einstein convence o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a construir a bomba atômica antes que os alemães o façam. Mas as tragédias de Hiroshima e Nagasaki horrorizam Einstein.

Seis de agosto de 1945: Paul Tibbets está no comando de um avião B-29 batizado de Enola Gay - em homenagem à sua mãe. Às oito e quinze da manhã, Tibbets recebe ordens para usar a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. Dois minutos e dezessete segundos depois, a bomba explodia, matando e ferindo mais de cem mil pessoas.

Nove de agosto: outra bomba, chamada Fatman, é lançada sobre Nagasaki. Mata quarenta mil e fere outros quarenta mil japoneses. O mundo se horroriza. O Japão se rende e termina a guerra. Esta nova arma atômica, com poder equivalente a vinte mil toneladas de TNT, é mil vezes mais potente que qualquer das bombas conhecidas naquela época. Marcas de objetos e até de seres humanos permanecem, depois da explosão, como fantasmas que lembrarão para sempre o horror da explosão. Equipes médicas se desdobram na tentativa salvar os mais de trinta e cinco mil feridos. Mas, por semanas, meses e anos, os feridos continuam a morrer, vítimas das terríveis lesões provocadas pela explosão atômica. O sofrimento físico e emocional é profundo.Há milhões de homens e mulheres traumatizados, no Japão e em outras partes do mundo. Problemas causados pela radiação, até então desconhecidos, mas diretamente relacionados com o bombardeio, continuam a surgir, mesmo muitos anos mais tarde.

Os americanos consumiram seis anos e dois bilhões de dólares para produzir a arma mais destrutiva de toda a história da humanidade.Cinco meses depois de Hiroshima e Nagasaki, um trem especial conduz o tenente norte-americano Sussan através do território japonês, para registrar em filme os efeitos da explosão. O filme permaneceu secreto durante 13 anos. Quando afinal foi divulgado, os americanos ficaram chocados com o que viram e com as proporções da destruição que a bomba provocou. Admitiram, então, que não imaginavam que o resultado pudesse ser aquele.

Além da fábrica de armas da empresa Mitsubishi - totalmente destruída - também ficaram em ruínas setenta por cento das construções da cidade.Mesmo seis meses depois da explosão, centenas de pessoas ainda exibiam queimaduras não cicatrizadas, provocadas pela exposição à radiação. Todos os anos, no dia 6 de agosto, no Rio Motoyasu, cumpre-se uma cerimônia para lembrar o dia do bombardeio. Os parentes dos mortos jogam lanternas flutuantes às águas do rio, em memória das vítimas. E, juntos, rezam para que nunca mais o mundo tenha de assistir a uma tragédia como a daquele dia.
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/cenasdoseculo/internacionais/hiroshimaenagazaki.htm

Fotos:

http://www.aldeaeducativa.com/IMAGES/hiroshima02.jpg

http://www.nosotros.cl/images/Nagasakibomb.jpg

http://www.historiadoexercito.hpg.ig.com.br/menu/bomba/bomba_fig/FOTO_05.JPG

http://www.dw-world.de/dwelle/allgemein/bilder_show/0,3772,113150_6,00.jpg

http://teachpol.tcnj.edu/amer_pol_hist/fi/00000193.jpg

Ana Cristina Cesar

(Photo by Eliane)

Aventura na Casa Atarracada

Movido contraditoriamente
por desejo e ironia
não disse mas soltou,
numa noite fria,
aparentemente desalmado;

- Te pego lá na esquina,
na palpitação da jugular,
com soro de verdade e meia,
bem na veia,
e cimento armado para o primeiro a andar.

Ao que ela teria contestado,
não, desconversado,
na beira do andaime
ainda a descoberto: - Eu também,
preciso de alguém que só me ame.
Pura preguiça, não se movia nem um passo.
Bem se sabe que ali ela não presta.
E ficaram assim, por mais de hora,
a tomar chá, quase na borda,
olhos nos olhos, e quase testa a testa.
(Ana Cristina Cesar)